CHAMADA DE COMUNICAÇÕES
NOVA DATA: 10 de outubro 2024
A Associação Portuguesa de Economia Política (EcPol) anuncia a chamada de comunicações para o 8º Encontro Anual de Economia Política a ter lugar na Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra nos dias 30 de janeiro a 1 de fevereiro de 2025, com o tema Economia política para uma vida justa. Desafios teóricos e práticos.
O Encontro visa juntar todos/as aqueles/as que, a partir das mais diversas áreas disciplinares e abordagens, entendem os fenómenos económicos como sendo eminentemente configurados por fatores de ordem social, política, filosófica, jurídica, cultural, tecnológica e ecológica e devendo ser estudados nos seus contextos
institucionais, históricos e geográficos.
O Encontro tem início no dia 30 de janeiro de 2025, com a realização da Escola de Inverno da EcPol, e contará com a participação de especialistas convidados que irão dinamizar a discussão de projetos de doutoramento apresentados por estudantes.
APRESENTAÇÃO
As abordagens à economia política, na sua diversidade, assumem a inevitabilidade do entrelaçamento entre factos e valores na análise ou na política económica e social. As instituições económicas, criadas politicamente, nunca são neutras: a sua justificação normativa, a distribuição dos seus custos e benefícios, ou os fins e valores que podem ser prosseguidos individual e coletivamente, refletem as relações de poder e os prismas ideológicos prevalecentes num dado contexto histórico.
Num período marcado por injustiças persistentes, desigualdades multiformes, estagnação, alterações climáticas crescentes e precarização do trabalho e da vida, acompanhadas por processos de desdemocratização e visões distorcidas da liberdade e da justiça, o paradigma neoliberal começou a perder a sua hegemonia à escala global. Isto deu lugar a um período de interregno, marcado pelo surgimento de alternativas heterogéneas e parciais, mas sem o poder global que o neoliberalismo alcançou.
Conceitos contestados como justiça, liberdade, igualdade, democracia ou cidadania fazem inexoravelmente parte da avaliação e da proposta de transformação institucional, para lá da visão empobrecedora do utilitarismo – a filosofia social espontânea da economia convencional. Trata-se de pensar no que implica alcançar uma vida justa, partindo de uma abordagem pluralista do que é justo e injusto, das implicações da liberdade e da igualdade, das formas de propriedade, do valor e da vida, do ser humano e da natureza, dos centros e das periferias, do desenvolvimento tecnológico e das suas contradições, bem como do Estado e das demais instituições implícitas ou explícitas.
Por conseguinte, o 8º Encontro Anual de Economia Política desafia cientistas e profissionais, provenientes de várias áreas, e o público em geral, a refletirem sobre a relação entre as formas de organizar as várias esferas que compõem a economia substantiva e os valores que se pode ter boas razões para defender e institucionalizar, desde a justiça social, de género ou climática, e a igualdade cidadã, à democratização da economia e à “liberdade a sério”.
ENVIO DE PROPOSTAS
Aceitam-se propostas de painéis, oriundas de investigadores, de secções temáticas ou de núcleos regionais, bem como comunicações em torno, entre outros, dos seguintes temas:
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Teorias do valor e justiça social
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Estado Social e sistemas de provisão fundamentais
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Economia Política do cuidado
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Democracia nas empresas e planeamento democrático
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Economia social, economia solidária e outras economias
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Ecologia política: Decrescimento, justiça climática, economia-mais-que-humana
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Desglobalização, protecionismo e geopolítica
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Políticas industriais e mudança estrutural
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Financeirização e rentismo
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Mudança tecnológica e suas implicações normativas.
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Economia política dos media
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Regimes de propriedade, relações laborais e justiça distributiva
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Sindicalismo, cooperativismo e movimentos sociais
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Economia Política, periferias e colonialidade
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Economia política, liberdade, igualdade e felicidade
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História e teorias da economia política
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Pluralismo metodológico e pedagogia do ensino
Podem ser apresentadas propostas de:
1) Comunicações;
2) Comunicações aos painéis da iniciativa das secções temáticas/núcleos regionais da EcPol;
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Painel temático de Economia Política da Ciência e Tecnologia (para mais informação clique aqui);
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Painel temático de Filosofia e História da Economia Política (para mais informação clique aqui);
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Painel temático de Economia Política do Território (para mais informação clique aqui)
3) Painéis temáticos livres, compostos por 3 ou 4 comunicações.
As comunicações relativas a projetos de tese de doutoramento devem ser preferencialmente apresentadas na Escola de Inverno.
As propostas deverão ser submetidas na língua das comunicações, podendo-se optar por português, espanhol ou inglês.
As propostas de comunicações e de projetos de tese devem conter a seguinte informação:
i) Título;
ii) Tipo de proposta (comunicação, projeto de tese);
ii) Nome, filiação institucional e endereço de e-mail do(s) proponente(s);
iv) Resumo e 4 palavras-chave (máx. 400 palavras).
As propostas de painéis devem conter a seguinte informação:
i) Título da sessão;
ii) Resumo da sessão (máx. 200 palavras);
iii) Nome, filiação institucional e endereço de e-mail do(s) proponente(s) do painel e dos participantes;
iv) Título, resumo e palavras-chave (máx. 400 palavras) das comunicações incluídas.
SUBMISSÃO DE PROPOSTAS
As propostas de comunicações e de projetos de tese deverão ser submetidas através do formulário: https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSf0zy1sOeSiHhGHgIjdD_4u4ZmSs3kCbIJOHAiKwJ804lH94w/viewform
As propostas de comunicação aos painéis da iniciativa das secções temáticas/núcleos regionais da EcPol deverão ser submetidas por email:
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Painel temático de Economia Política da Ciência e Tecnologia, submetidas para jlgarcia@ics.ulisboa.pt e bela.irina.castro@gmail.com
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Painel temático de Filosofia e História da Economia Política, submetidas para pedro.teixeira@cmb.hu-berlin.de e jbateira@hotmail.com
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Painel temático de Economia Política do Território, submetidas para paulo.madeira@edu.ulisboa.pt e p.marques@ingenio.upv.es
As propostas de painéis temáticos livres deverão ser submetidas através do email:
INSCRIÇÃO
VALORES DE INSCRIÇÃO
- Membros da EcPol (quota de 2024 em dia) | Sem Apoio Institucional
Até 29 de Novembro de 2024: 65 euros (inclui quota de 2025)
Até 15 de Dezembro de 2024: 80 euros (inclui quota de 2025)
- Membros da EcPol (quota de 2024 em dia) | Com Apoio Institucional
Até 29 de Novembro de 2024: 85 euros (inclui quota de 2025)
Até 15 de Dezembro de 2024: 100 euros (inclui quota de 2025)
- Estudantes e Desempregados
Até 29 de Novembro de 2024: 20 euros (inclui quota de 2025)
Até 15 de Dezembro de 2024: 35 euros (inclui quota de 2025)
Outros Não membros Com Apoio Institucional
Até 29 de Novembro de 2024: 100 euros (inclui quota de 2025)
Até 15 de Dezembro de 2024: 115 euros (inclui quota de 2025)
- Outros não membros | Sem Apoio Institucional
Até 29 de Novembro de 2024: 85 euros (inclui quota de 2025)
Até 15 de Dezembro de 2024: 100 euros (inclui quota de 2025)
- Escola de Inverno e projetos de doutoramento
Até 15 de Dezembro de 2024: 20 euros (gratuito para participantes inscritos no Encontro).
- O jantar da conferência terá lugar no dia 31 de janeiro, no Tertúlia de Eventos, (25 euros).
DATAS IMPORTANTES
10 de Outubro de 2024
Data-limite para envio de propostas
31 de outubro de 2024
Data-limite para envio de propostas de projetos de tese
31 de outubro de 2024
Notificação de aceitação
29 de novembro de 2024
Inscrição no Encontro
30 de novembro de 2024
Notificação de aceitação dos projetos de tese
15 de dezembro de 2024
Inscrições tardias no encontro e inscrições na Escola de
Inverno
PROGRAMA
mais informações em breve
ESCOLA DE INVERNO
30 Janeiro 2025
ECONOMIA POLÍTICA DE UM MUNDO EM CRISE
Num cenário marcado por crises múltiplas e interconectadas, que se apresentam em
diferentes escalas espaciais e temporais, a Associação Portuguesa de Economia Política convida e convoca os/as mestrandos/as, doutorandos/as a refletirem sobre os desafios teóricos e práticos para construir uma vida justa. Após o Fim da História e a dominação das diferentes formas de neoliberalismo, a contemporaneidade tem sido forjada num contexto social, político e económico caracterizado pela ideia policrise. O novo milénio trouxe a Crise Financeira de 2008-2009 e o posterior e prolongado período da estagnação, combatida e simultaneamente agravada pelas políticas de austeridade. A transição entre a segunda e a terceira década do milénio ficou marcada por uma nova pandemia global, novos conflitos armados juntaram-se a outros há muito ignorados, ameaças políticas e económicas a velhas e jovens democracias, profundas alterações climáticas e erosão dos regimes de bem-estar social. Diante deste cenário, torna-se inevitável que o pessimismo, prognósticos sombrios e soluções políticas demagógicas definam o tom do debate público e influenciem diferentes segmentos da sociedade civil. Entretanto, paralelamente a essas dinâmicas, surgem também novas propostas de organização social e arranjos políticos que, face aos desafios multiformes, insistem em vislumbrar e reafirmar as possibilidades de uma vida digna e justa. Cabe a todas e todos a tarefa de reflexão crítica sobre as origens do nosso mal-estar e suas potenciais soluções - tanto à
esfera política e à sociedade civil, como também, e principalmente, à academia, que se vê no presente continuamente atacada.
Assim, a Escola de Inverno convida mestrandos/as, doutorandos/as a partilharem as
suas pesquisas e contribuições, reafirmando o papel da academia na identificação e
caracterização das crises em que vivemos, mas também na construção de respostas e de novas possibilidades para um futuro mais justo. Serão aceites projetos de mestrado e doutoramento nas áreas das Ciências Sociais no sentido amplo (Antropologia, Ciência Política, Economia, Economia Política, Geografia, Sociologia), e demais áreas correlatas. Na discussão destes projetos participarão especialistas dos temas em foco.
LOCALIZAÇÃO
Contacto: ecpol-8encontro@fe.uc.pt
COMISSÃO CIENTÍFICA
Álvaro Garrido
André Barata
António Rafael Amaro
Catarina Frade
Conceição Rego
Cristina Matos
Cristina Parente
Fátima Ferreiro
Gonçalo Marcelo
Hermes Costa
Hugo Pinto
João Silva
Leonida Correia
Licínia Simão
Lina Coelho
Luís Carvalho
Luísa Veloso
Margarida Antunes
Miguel Viegas
Paula Duarte Lopes
Renato Carmo
Rui Branco
Sílvia Portugal
Simone Tulumello
Vítor Neves
COMISSÃO ORGANIZADORA
Ana Cordeiro Santos
Ana Cristina Costa
Andrey Barbato
Daniela Miranda-Prado
Ernesto Nieto-Carrillo
Felipe Rodrigues
João Maia
João Rodrigues
Jaqueline Damasceno
Jonas Van Vossole
Maria Clara Murteira
Silvia Ferreira